(O Na Cozinha associou-se ao No Mundo para responder a um desafio que circula pela blogosfera: falar de cinco livros que temos, neste momento, na mesa de cabeceira. Este blogue deu a seguinte contribuição:)
Estou a ler In the Devils Garden — A Sinful History of Forbidden Food, de Stewart Lee Allen, uma história de comidas proibidas, de alimentos que foram e são tabu e de outros que adquiriram estranhas e obscuras conotações. O autor percorre o mundo em busca de explicações para algumas das tradições alimentares dos homens e conta-nos histórias belíssimas e surpreendentes. Termino como comecei, com uma citação. Um monge grego, depois de explicar a Allen como se transformou a maçã no Fruto Proibido, remata a história:
The hermit laughed after he had explained. But the Bible never identifies the evil fruit, he said; it was the Roman Catholics who put the apple there. The Greek Church sees the forbidden fruit only as a symbol of pride and carnal desire. He pointed; these are only apples, my friend, which by God’s will are now divided into four pieces, one for each of us. He handed the wedges around with a smile.
Now eat.
O livro foi comprado numa excelente livraria de Seul, a Bandi & Lunis, de onde trouxe mais duas importantes obras para a biblioteca de gastronomia (uma sobre chá, outra sobre gastronomia holandesa), as quais acabarão, mais tarde ou mais cedo, por entrar neste Livros do Mundo. Acrescento ainda que In the Devils Garden nos oferece algumas receitas, e, como é tradição nesta secção, aqui fica uma, relacionada com o tema da maçã. Trata-se de Lamb's Wool, uma bebida cuja origem remonta ao paganismo celta, ao enigmático mundo dos druidas, e que ainda hoje é comsumida com estranhos rituais herdados de tempos muito antigos. Na lista de ingredientes encontramos a ale; e assim se faz a ligação com viagens e textos recentes.
6 apples
2 quarts hard cider, or a mix of cider and ale
Up to 1/4 cup honey or 1/2 cup brown sugar
1/8 teaspoon ground nutmeg
1/teaspoon cinnamon
1/4 teaspoon ground allspsice
Core the apples and roast at 400º F for 45 minutes, or until they are soft and beginning to burst. Put the cider/ale into a large pot and dissolve the honey or sugar in small increments, tasting for desired sweetness. Add spices. Simmer for about ten minutes. Lighly mash apples and add one to each mug and pour hot cider on top. Sprinkle with cinnamon. Serves six.
Carlos Miguel Fernandes
9 comments:
Esse livro deve ser fascinante.
Olá,
Queremos te convidar para conhecer o novo site do Slow Food Brasil:
www.slowfoodbrasil.com
Se gostar do site, por gentileza ajude na divulgação.
Atenciosamente,
Equipe Slow Food Brasil
Elvira, encontrei o livro novamente em Londres. Não sei se já há tradução portuguesa, mas em inglês ou português, é obra a não perder.
Bom dia meu caro:
Não falando aqui do tema do seu interessante post, o que não resisti, para já, foi ao livro de ''gastronomia holandesa''.... hahahahahahahahahahahahahhihihihiihihihihihuhhuhu
Bem, será fascinante - não o conhecimento da sua ''gastronomia'' (heheheheheheheheh), a verdadeira - mas sim o mais que esse povo com um conceito tão ''individual e particular'' do que seja verdade, moral, ou escrúpulo, tenha inventado para aí colocar. Imagino, imagino.
E oh meu caro, por piedade... depois deste desabafo... ai quem me acode!
Que mania eu tenho de ''defender a verdade'' - um vício que, esse sim, me mata; só, mais nada...
Cumprimentos - com muito cheirinho a batatas fritas regada com margarina de amendoim sobreposta de ketchup sobreposto de uma mixórdia que é suposto imitar ''maionese'' sobreposta de ceboula picada de uns dias antes. Uma delicatesse.
A partir deste momento, o meu blog está ainda mais em perigo - a não ser que haja por aí algum herói holandês... acredito que os há em todas as nações. Agora que há nações sem gastronomia, ai isso, há.
Cumorimentos meu caro - não leve a mal. É que ele há coisas - que ultrapassam... enfim!
Prazer em conhecer o Chefe...
hehehehe - é preciso terem muita lata. Mas têem, ai isso têem...
Gastronomia!
(Nem sequer a palavra!...)
:)
Terpsichore,
a designação ("gastronomia holandesa") que usei pode ser algo abusiva, já que o livro se refere a receitas feitas com um velho utensílio holandês, e criadas pelos pioneiros com origens nos Países Baixos, os quais desbravaram o oeste americano com a ajuda desse precioso aparelho que trouxeram da Europa. No entanto, o mundo é grande e por vezes as surpresas são ainda maiores. Há riquezas em todos os cantos do planeta, há receitas fantásticas nos lugares mais insuspeitos. Só para dar um exemplo: antes de visitar a Islândia, não esperava que lá fosse encontrar aquela que talvez tenha sido a melhor refeição da minha vida (está bem, uma das três melhores!).
Caro Carlos Miguel Fernandes,
Agradeço a sua paciência. Que utensílio ou aparelho será esse que refere? Só conheço um...mas não será com esse que ''desbravaram o oeste americano''... :)
Cumprimentos
Terpsichore,
é uma espécie de panela, muito pesada, não tenho muitos dados. Mas a julgar pela reacção do ramo holandês da família, não é coisa que seja muito conhecida na Holanda moderna, o que me leva a concluir que talvez as receitas que lá estão nem sequer tenham essa origem, pelo menos muito marcada. (Aliás, comprei o livro como uma espécie de brincadeira, mas quando o mostrei só obtive essa reacção de desconhecimento.)
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